O último artista de uma era. Foi assim que muitos jornais europeus definiram a aposentadoria de Pirlo, de 38 anos.
Nota triste, já que estamos falando de um dos poucos remanescentes de um período em que os meias clássicos regiam suas equipes.
Pirlo ganhou tudo o que podia no futebol. E sempre foi mais bola do que personagem. Até que sua autobiografia, intitulada “Eu penso, logo jogo”, foi lançada em 2014. Sucesso de vendas na Itália, a obra revela um lado menos “low profile” do meia. Ou você um dia esperava ouvir dele que jogar pela seleção italiana é melhor do que uma noite de núpcias?
Confira a carta de despedida de Pirlo
E para celebrar o “canto do cisne” desse craque, relembramos cinco passagens que você talvez não saiba sobre um dos maiores jogadores que a Itália já teve.
Pirlinho do Brasil
Exímio batedor de falta, Pirlo teve um brasileiro como fonte de inspiração na bola parada. “Sou italiano, mas tenho uma parte brasileira. ‘Pirlinho’, se assim preferir. Eu vi Juninho chutar quando jogava no Lyon e comecei a tentar aquela forma de bater nos meus treinos. Percebi que estava dando certo e assim tentava fazer como ele. A busca do segredo de Juninho havia se tornado uma obsessão para mim. Ele pegava na bola com os três dedos, não com todo o pé.”
Homem de negócios
Engana-se quem pensa que Pirlo respira futebol 24h. Uma de suas maiores paixões não tem nada a ver com o que faz em campo. Pirlo é um adorador de vinhos. Ele mantém uma vinícola nos arredores de Brescia, onde nasceu e onde sua família ainda se baseia. Fundada em 2004, a Pratum Coller comercializa cerca de 20 mil garrafas por ano. Além de cuidar da parte administrativa da empresa, Pirlo também degusta cada nova produção.
Um adolescente na Série A
Em 1995, Pirlo quebrou o recorde de precocidade no Campeonato Italiano, ao estrear profissionalmente pelo Brescia com apenas 16 anos e 2 dias. Depois de três temporadas e apenas seis gols pelo time ao Norte da Itália, foi comprado pela Inter de Milão.
Playstation em dia de final de Mundial
Pirlo é um habitué em finais. Talvez isso explique a sua preparação para a final do Mundial de 2006, contra a França. “Eu não dou a mínima para a pressão. Passei a tarde (da decisão) dormindo e jogando Playstation, então eu deixei a concentração e conquistei o Mundial”. Pirlo, aliás, é um fã voraz do console. “Depois da roda, o Playstation é a melhor invenção de todos os tempos.”
Dividindo a Espanha
Pouco depois de ganhar o Mundial pela Itália, Pirlo havia decidido deixar o Milan para integrar o galáctico Real Madrid. “Eu já pertencia ao Real Madrid. Tinha um contrato de cinco anos me esperando e um salário que não era deste mundo. Fabio Capello (então técnico do Real) me chamou e eu não precisei de menos de um minuto para decidir. Então (Adriano) Galliani (ex-diretor-executivo do Milan) me olhou e disse: ‘Andrea, meu amigo, você não vai a lugar algum’. Me deu um contrato de cinco anos com o valor que eu bem entendesse receber”. Em 2010 foi a vez do Barcelona acionar Pirlo. “Guardiola me falou que buscava um meio-campista que alternasse com Busquets, Xavi e Iniesta, e eu era esse jogador. Me arrastei com as quatro patas para o Barcelona. Afinal, era a melhor equipe do mundo. Mas o Milan novamente vetou minha saída.”