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O crescimento de vozes femininas no rap
O evento "Escutaê", que acontece dia 23 de novembro, no Red Bull Music Festival São Paulo, celebra as mulheres do movimento hip-hop nacional
Nos dias atuais, a força feminina tem se manifestado na música e no mundo. As mulheres sempre estiveram presentes, mas nem sempre recebendo o espaço e o reconhecimento que mereciam. Agora cada vez mais artistas estão se posicionando, se unindo e criando uma força dentro e fora do mercado.
Todo esse crescimento das mulheres na indústria da música parte de um movimento feminino de conscientização e descobrimento de uma força interna, que acaba transformando-se em visibilidade e reconhecimento. A partir disso, artistas mulheres estão tomando consciência de si mesmas e de seu espaço, fortificando-se e estabelecendo sua presença no mundo da música. E na cena do rap não é diferente.
Aqui no Brasil, quando o movimento hip-hop começou, no início dos anos 90, era raro ver a presença de mulheres nos palcos. E quando estavam lá, quase não se notava a identidade feminina, já que, para não serem julgadas, era necessário que estivessem vestidas com roupas largas e masculinas. Mas aos poucos esse pensamento foi dispensado.
As mulheres começaram a questionar sua invisibilidade dentro do movimento, e atualmente, estão dominando os palcos e ecoando suas vozes por todos os lados. Nomes como Negra Li, Karol Conka, Flora Matos e Lurdez da Luz, grandes destaques na cena, foram importantes contribuintes pelo fortalecimento das minas no rap nacional. Elas chegaram quebrando barreiras e estão indo além.
Este movimento também inspirou o surgimento de muitos coletivos. Rimas e Melodias, grupo que reúne as talentosas Alt Niss, Drik Barbosa, Karol de Souza, Mayra Maldjian, Stefanie, Tássia Reis e Tatiana Bispo, tem como proposta trabalhar tanto com a resistência do rap quanto com a delicadeza do neo soul em suas composições. Em 2017, elas estiveram no Red Bull Music Studio São Paulo para gravar seu primeiro e homônimo EP. O Slam das Minas, movimento surgido por volta de 2015, em Brasília, tem reunido novos talentos da cena em suas batalha de poesia falada, criando uma grande rede espalhada pelo Brasil. Já o quarteto do Espírito Santo, Melanina MCs, formado por Afari, Geeh, Lola e Mary Jane, vem mandando um papo reto sobre a realidade da mulher negra periférica.
O Red Bull Music Festival São Paulo terá uma noite especialmente voltada para as vozes femininas do rap. O evento "Escutaê" acontece no dia 23 de novembro, na Praça do Patriarca, e tem entrada gratuita.
ESCUTAÊ
A voz feminina nunca teve tanto protagonismo no rap nacional. E, para refletir e celebrar esse momento em que as mulheres estão moldando a cena de forma bem peculiar, percorrendo caminhos antes não explorados, algumas das artistas mais talentosas dessa nova geração rimam e cantam em um show especial, gratuito, nas ruas do centro de São Paulo. Revelação do ano passado, o grupo Rimas & Melodias compõe o line-up juntamente com a jovem Rosa Luz, promissora rapper trans que canta contra o preconceito, Yzalú, cantora e musicista pioneira em incorporar o violão em faixas de rap, e Jessica Caitano, artista pernambucana multifacetada inspirada por estilos como o hip-hop e coco.
Data: Sexta-feira, 23 de novembro, a partir das 19h.
Local: Praça Do Patriarca, s/n, Sé.
Ingressos: Gratuitos.