Fórmula 1
Os melhores projetistas da história da Fórmula 1
Por trás de um grande piloto, existe um grande projetista; veja os 10 melhores de todos os tempos
O folclórico Colin Chapman, dono da extinta equipe Lotus, tinha uma frase muito boa. Ele dizia: “O único objetivo de um carro de corrida é vencer. Se ele não é capaz de fazer isso, então é um desperdício de tempo, dinheiro e esforço”.
Foi com essa filosofia de trabalho que Colin mudou a história da Fórmula 1. Trouxe ideias tão inovadoras na construção dos carros que acabou fazendo do projetista uma peça fundamental no esporte, hoje tão relevante quanto o piloto.
Aqui, destacamos os dez melhores de todos os tempos nessa função.
John Barnard
Mais conhecido por: Introduzir fibra de carbono nos carros de F-1
John Barnard era um simples projetista de lâmpadas que em pouco tempo levou a McLaren aos seus primeiros títulos mundiais. Foi ele quem introduziu a fibra de carbono na produção dos carros de Fórmula 1.
E nos anos 1980 também criou o conceito “garrafa de Coca-Cola”. Oi?
É que olhando de cima, a parte traseira de um carro de Fórmula 1 parece mesmo o topo de uma garrafa de vidro. Esse desenho melhorou sensivelmente o comportamento em curvas.
Depois do trabalho na McLaren, Barnard emendou trampos na Ferrari e na Benetton, onde ele e Rory Byrne construíram a base para o sucesso de Michael Schumacher. Hoje ele tem uma empresa de design automotivo.
Ross Brawn
Mais conhecido por: Levar o próprio time ao sucesso
Embora Ross Brawn também seja uma lenda da engenharia na Fórmula 1, ele sempre teve um papel importante como supervisor. O número de pessoas envolvidas na concepção e fabricação de um carro de F-1 aumentou muito. Agora, é muito mais do que um trabalho de um homem só. Isso levou ao nascimento do papel de “diretor técnico”.
Brawn é um cara extremamente bem sucedido nessa posição, tendo levado a Benetton e a Ferrari ao topo do mundo antes de se tornar chefe de equipe na Honda.
E quando a montadora japonesa largou o barco à deriva, em 2009, ele assumiu a bronca, rebatizou o time como Brawn GP e faturou o título. Brawn entregou a estrutura e a casa absolutamente em ordem para a Mercedes e se aposentou em 2014.
Rory Byrne
Mais conhecido por: Fazer parte do dream team de Michael Schumacher
O sul-africano Rory Byrne era avesso aos holofotes, mas foi fundamental na história de sucesso de Michael Schumacher. Apesar de não ter nenhuma formação em engenharia, começou a trabalhar na Toleman, que mais tarde se tornaria Benetton. Ao lado de Ross Brawn, conquistou dois títulos lá e outros cinco na Ferrari. O cara era fera.
Colin Chapman
Mais conhecido por: Inovar o esporte por meio da Lotus
A obsessão de Colin Chapman pela redução de peso (do carro, não dele) levou a Lotus ao sucesso nas décadas de 1960 e 1970. “Ganhar potência te deixa mais rápido nas retas. Mas tirar peso te deixa mais rápido em todos os trechos da pista”, costumava dizer.
Entre as inovações de Chapman no esporte, destacam-se o “efeito solo” e até mesmo o patrocínio nos carros de corrida. Ele ganhou títulos com Jim Clark, Graham Hill, Jochen Rindt, Emerson Fittipaldi e Mario Andretti.
John Cooper
Mais conhecido por: Adotar motores traseiros na Fórmula 1
Numa manobra meio radical, John e o pai dele, Charles, decidiram colocar o motor na parte de trás do carro, o que acabaria revolucionando o esporte.
Nas mãos de Stirling Moss, o Cooper T-45 venceu o GP da Argentina de 1958, superando os dominantes times italianos. Nos dois anos seguintes, Jack Brabham seria bicampeão mundial pela Cooper.
Aldo Costa
Mais conhecido por: Conquistar títulos na Ferrari e na Mercedes
É o cara do momento.
Aldo Costa foi assistente de Rory Byrne na Ferrari nos anos dourados de Michael Schumacher no time. Saiu de lá para assumir o desafio de tornar a Mercedes campeã do mundo.
Liderou o design do carro de 2013 ao lado do diretor técnico Bob Bell e está cuidando das evoluções desde então.
Os resultados você já viu: a Mercedes vem sendo imbatível nos últimos três anos.
Patrick Head
Mais conhecido por: Fundar a Williams em parceria com Frank Williams
Por motivos óbvios, Patrick Head dedicou toda a sua carreira à Williams, liderando a engenharia do time por 27 anos.
Eles venceram logo na terceira temporada na Fórmula 1, em 1979, com Clay Regazzoni, e conquistaram o título no campeonato seguinte, em 1980, com Alan Jones. Mas foi depois de recrutar o projetista Adrian Newey que as coisas realmente ganharam outro nível. Head e Newey tiveram uma parceria praticamente imbatível entre 1991 e 1997, vencendo campeonatos mundiais com quatro pilotos diferentes.
Quando Newey foi embora, a equipe teve dificuldades para se reposicionar e, em 2012, Head resolveu finalmente se aposentar.
Gordon Murray
Mais conhecido por: Criar o Brabham BT46B, banido depois de uma corrida
Gordon Murray criou alguns dos carros mais radicais e bem sucedidos da história do esporte. Um dos mais famosos foi o Brabham “fan car”. Esse mostrengo acima que tinha um ventilador na traseira, para ajudar a grudar o carro no chão (falando em linguagem bem simples).
O carro venceu a única corrida que disputou, antes de ser proibido pelo mimimi das equipes rivais. Murray passou pela McLaren e deixou a Fórmula 1 em 1991, para se concentrar em carros de rua e superesportivos, o que faz até hoje.
Adrian Newey
Mais conhecido por: Dominar a F-1 pela Williams, McLaren e Red Bull Racing
Simplesmente o cara que desenhou algumas das maiores joias da engenharia automotiva, incluindo as imbatíveis Williams de Nigel Mansell e Alain Prost, a McLaren de Mika Hakkinen e mais recentemente os carros da Red Bull de Sebastian Vettel. Newey é formado em aerodinâmica e o primeiro emprego dele na Fórmula 1 foi como estagiário da equipe brasileira Fittipaldi, no início da década de 1980.
Rudolf Uhlenhaut
Mais conhecido por: Levar a Mercedes ao sucesso na década de 1950
Uhlenhaut se tornou chefe de desenvolvimento de carros de competição cinco anos depois de chegar à Mercedes.
Ele foi o responsável pela criação das famosas “Flechas de Prata”, como os carros da montadora alemã eram conhecidos na época. Uhlenhaut arrebentou com a concorrência quando colocou na pista o W196R, carro utilizado por Juan Manuel Fangio para conquistar os títulos de 1954 e 1955. Entre os diferenciais desse modelo estava um sistema de injeção criado com base em um avião militar.