© Konstantin Reyer / Red Bull Content Pool
Surfe
Por que Nazaré é a Fórmula 1 do surfe de ondas grandes
Estrutura e tecnologia permitem descer ondas de 20 metros
Não é à toa que o recorde mundial de maior onda surfada é de uma montanha 24,38 metros de altura. Marcas como essa só foram obtidas pela evolução dos atletas, da preparação, das previsões climáticas, equipamentos e, principalmente, da segurança. Hoje, o surfe de ondas grandes é tão incrível que um pico como Nazaré lembra até a excelência tecnológica e de estrutura da Fórmula 1.
A vila portuguesa ao norte de Lisboa é o centro mundial do surfe de ondas grandes. É lá que quebram as maiores montanhas de água do planeta. E, embora o esporte possa parecer solitário quando se vê alguém sozinho no meio do mar, ele é uma prática em equipe, que envolve muita gente.
Para surfar Nazaré é preciso estrutura, muita estrutura. O Porto de Abrigo, ao sul do centro da cidade, é onde equipes têm galpões para guardar seus jet ski, as pranchas (que chegam a pesar 12 quilos cada), ferramentas, roupas de borracha e tuto o que é necessário pra surfar naquele lugar. Como os paddock e boxes em autódromos, toda a preparação acontece ali. De manutenção de equipamentos a reuniões estratégicas. E dali saem ainda ideias para inovações para o esporte.
"Pra mim, a operação como um todo é muito comparável à Fórmula 1, porque em Nazaré é o que se faz de mais extremo em cima de uma prancha de surfe. O tamanho da onda, a velocidade", fala Lucas Fink que sonha surfar a maior onda de skimboard da história. "Os galpões lembram os boxes. Cada equipe com seu espaço para se reunir e desenvolver o esporte", conta o campeão mundial de skimboard.
Pit stop em Nazaré
Existe hoje mais de uma dezena de espaços dedicados exclusivamente ao surfe no Porto de Abrigo. Várias marcas investem em infraestrutura para seus atletas. O que deixa os atletas livres para pensar apenas no desempenho, e não em contornar problemas. "Ter boa estrutura é importante pra ter mais confiança e superar limites", diz Justine Dupont, francesa que em 2021 venceu três categorias do Red Bull Big Wave Awards.
Rei de Nazaré e de suas ondas grandes, Lucas Chumbo tem sua estrutura toda pronta na vila portuguesa. Sem a "estrutura de F1" por ali, seria muito mais complicado dropar todos os anos aquelas bombas. "É uma grande vantagem não precisar viajar com todos os equipamentos. Eu deixo tudo que é pesado ali no galpão em Nazaré. É tipo um box de equipe de Fórmula 1, onde a gente pode fazer reparos rápidos e voltar pra água, igual a um pit stop", conta.
Mas é claro que nem sempre foi assim. Desbravar Nazaré foi uma conquista dos pioneiros. E nem faz tanto tempo assim. "Quando cheguei em Nazaré, há seis anos, não tinha nada. Hoje tenho de tudo no galpão da Red Bull. Tenho onde deixar meu jet ski, todas as minhas coisas", diz Justine.
Quanto mais infraestrutura e investimentos, maior a capacidade de surgirem novas tecnologias. Em meados dos anos 1990, os havaianos Laird Hamilton e Dave Kalama experimentavam a ideia de usar um jet ski pra rebocar o surfista em ondas maiores. A atividade ficou conhecida como tow-in e se desenvolveu muito desde então, sendo fundamental para o surfe de ondas grandes, inclusive em operações de resgate.
Se o jet ski foi um grande avanço, os coletes com bombas de oxigênio foi outro. E surgiu da necessidade dos próprios atletas. "O surfe de ondas grandes vem evoluindo ano a ano. Tanto nos equipamentos, quanto preparo físico e, também, nas estruturas de equipes", diz o Alemão de Maresias, um dos mais experientes pilotos em Nazaré.
+ No vídeo abaixo, sinta-se dentro das ondas épicas de Nazaré e tenha um pouco da sensação que é dropar uma montanha de água.
4 min
Entre em Nazaré em um dia de ondas gigantes
Testemunhe uma das mais emocionantes sessões de surfe na praia portuguesa. Visões da terra, do mar e do ar.
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