Campeão do mundo! Sim, é mesmo verdade. Max Verstappen fez história neste domingo, em Abu Dhabi, ao conquistar o título de Fórmula 1 pela primeira vez na carreira. E que final de loucos foi no circuito de Yas Marina. O piloto da Red Bull Racing Honda ultrapassou o grande rival Lewis Hamilton (Mercedes) na última volta da última corrida da temporada para se sagrar campeão do desporto motorizado mais consagrado do planeta. Uma conquista à medida do significado que tem, já que Verstappen e Hamilton tinham chegado ao Grande Prémio de Abu Dhabi em igualdade pontual.
O piloto neerlandês ‘roubou’ a liderança a Hamilton com uma ultrapassagem na curva 5 da última volta, após um safety-car tardio provocado por um acidente de Nicholas Lafiti (Williams) ter amontoado os pilotos. Depois foi segurar a vantagem até ver o xadrez voar e sair a sorrir deste final de época dramático. “É incrível”, reagiu logo após o triunfo.
Aos 24 anos, Max chegou ao topo da carreira nesta que foi a sua sétima temporada na F1. Culminou, assim, o duelo entre Verstappen e Hamilton, que durou todo o ano e que perdurará na história. Ao todo, foram 10 vitórias, 10 pole-positions e 18 pódios para Verstappen, o segundo campeão mundial da Red Bull, após Sebastian Vettel entre 2010 e 2013.
“Lutei durante toda a corrida e tive aquela oportunidade na última volta. Estes rapazes aqui, a minha equipa, a Honda… eles merecem. Amo-os tanto. Este ano foi incrível. Espero que possamos fazer isto juntos durante 10-15 anos. Não há razões para mudar, que ficar com eles para o resto da minha vida”, confidenciou Max.
A Red Bull termina com uma série de sete anos consecutivos da Mercedes e Verstappen torna-se no 34º campeão do mundo de F1, assim como o primeiro neerlandês. É também o primeiro título da Honda desde que Ayrton Senna ganhou em 1991.
O que foi dito
"O meu objetivo quando era pequeno era tornar-me num piloto de F1. E desejava vitórias, estar no pódio quando tocassem o hino e que o hino fosse o meu. Então quando estás lá e te dizem 'és campeão do mundo'... é algo incrível", disse Verstappen num misto entre euforia e exaustão, ao parecer nem acreditar que tinha alcançado o grande objetivo da carreira e logo da forma que aconteceu.
Tentei durante toda a corrida, tentei continuar a acreditar, apesar de não parecer possível. Por vezes os milagres acontecem
"O Lewis [Hamilton] é um excelente piloto e competidor e eles complicaram-nos muito a vida. De certeza que voltaremos para o próximo ano e tentaremos fazer tudo de novo", perspetivou Max. "Fiquei sem voz! Mas é excelente, obviamente", referiu ainda.
Sem conter as emoções estava Christian Horner, chefe de equipa da Red Bull Racing Honda. "Isto resume bem este ano", destacou, encharcado de champanhe das celebrações. "Era necessário algo dos deuses das corridas nas últimas 10 voltas e obrigado ao Nicholas Lafiti com o safety-car. Tem sido uma competição louca. Todo o crédito ao Hamilton, foi um adversário fenomenal todo o ano e isso valoriza a nossa vitória", disse. "Este campeonato culminou na última volta e cabia ao Max fazê-lo acontecer. Um golpe de sorte para nós com o safety-car e fizemos o resto acontecer."
O jogo de equipa de Checo e o melhor de Tsunoda
Apesar de não ter concluído a prova pela terceira vez na época, Sergio Pérez foi o colega de equipa fundamental para Max e para a Red Bull selar o segundo lugar no Mundial de construtores. O mexicano passou para a terceira posição da corrida logo na primeira volta ao ultrapassar o McLaren de Lando Norris. Depois, teve papel chave para Verstappen conseguir manter a perseguição a Hamilton.
Pérez voltou a ficar em quarto lugar no Mundial de pilotos, a igualar o registo de 2020, agora na época de estreia pela equipa. "Conseguimos fazer o Hamilton perder alguns segundos e penso que isso mudou a corrida. O Max foi capaz de desafiá-lo com a estratégia. No fim de contas, resultou", disse Pérez.
Yuki Tsunoda deu motivos de festejar à Scuderia AlphaTauri ao terminar em 4º lugar, melhor registo da carreira. O nipónico conseguiu somar 32 pontos na temporada de estreia e ficou no 14º posto geral. O colega Pierre Gasly ficou em 5º na corrida, apenas um segundo atrás de Tsunoda, e terminou o ano em 9º na geral com 110 pontos. Os 22 pontos nesta prova foram o melhor resultado da AlphaTauri na época e a equipa ficou em 6º lugar nos construtores, a igualar os seus melhores registos (enquanto Scuderia Toro Rosso) em 2008 e 2019.
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